Texto: Funções da Linguagem
Chamamos
linguagem verbal à possibilidade que tem o Homem de processar comunicação
através do uso de signos lingüísticos. É por meio de tais signos que remete a
outrem uma mensagem, a qual, por sua vez, é portadora daquilo que ele (o
emissor) pretende.
Na dependência
dessa intenção ou pretensão é que se conforma a linguagem que, ora enfatiza o
assunto, ora destaca o próprio emissor ou se volta para o receptor;
expressa interesse no canal de comunicação, centraliza-se no próprio código ou
vislumbra a possibilidade do jogo artístico. Desta forma, é possível destacar 6
(seis) funções da linguagem no texto.
Essas funções
praticamente não ocorrem individualizadas, mas mesclam-se no conteúdo do texto.
Vejamos:
1) FUNÇÃO
REFERENCIAL
A mensagem é de
natureza informativa, centrada no objeto ou no assunto de que trata. Procura
deixar o receptor informado, ciente de fatos e ocorrências.
EXEMPLO:
“O Iraque prometeu ontem que vai revidar
o bombardeio dos EUA e do Reino Unido, ocorridos próximo a Bagdá anteontem, que
teriam matado dois civis e ferido mais de 20, de acordo com o Ministério de
Saúde do país.” Folha de S.Paulo, 18/02/01
2) FUNÇÃO EMOTIVA
OU EXPRESSIVA
A mensagem fica
centrada no próprio emissor, expressando suas particularidades, paixões,
sentimentos e pontos de vista.
EXEMPLOS:
“Oh! Que saudades que tenho/Da aurora da minha
vida,/Da minha infância querida/Que os anos não trazem mais!” (...) Meus
oito anos, Casimiro de Abreu
“Quando eu nasci/um anjo louco muito louco/veio ler a
minha mão/não era um anjo barroco/era um anjo muito louco, torto...” Let’s play that. Torquato
Neto.
3) FUNÇÃO
CONATIVA, APELATIVA OU PRESSIVA
Neste caso a
mensagem é carregada de interesse sobre o receptor, já que pretende
persuadi-lo, conquistá-lo para a aquisições de interesse do emissor. É a
linguagem própria da propaganda comercial, dos sermões religiosos, das aulas
argumentativas.
EXEMPLOS:
“Beba Coca-Cola.”; “Fumar é prejudicial à
saúde.” “Toma jeito, menina!”
4. FUNÇÃO FÁTICA
Registra-se nos
trechos em que o emissor pretende dar início a um processo de comunicação,
esforça-se por manter tal processo e interessa-se em encerrá-lo.
EXEMPLOS:
Bom dia, senhores!; Olá, como vai você?;
Não desliga, não, eu explico...; Vocês entenderam tudo?; Bem, até logo!
5. FUNÇÃO
METALINGÜÍSTICA
Aqui o emissor
expressa-se a respeito da própria expressão; usa o código para referir-se ao
próprio código. Apresentam a predominância dessa função as definições,
conceitos etc.
EXEMPLO:
“A palavra Geografia é formada de dois
radicais de origem grega.”; “Chama-se sujeito o termo com o qual o verbo
concorda.”
6. FUNÇÃO POÉTICA
Caso em que o
emissor usa o código de forma artística ou lúdica. O signo é material
importante em si próprio. Poemas, romances, contos e algumas crônicas são
produtos textuais em que está normalmente presente essa função.
EXEMPLO:
“beba coca cola
babe
cola
beba coca
babe cola caco
caco
cola
c l o a c a” Décio Pignatari
cola
c l o a c a” Décio Pignatari