Alunos e professores estão se preparando para o IV Sarau Literário no CIEP 113.
Para este ano, o projeto terá como tema a Música Popular Brasileira, inspirado na parceria da SEEDUC e do Instituto Cultural Cravo Albin, e trará números inspirados em cinco estilos musicais como o Samba, Choro, Festivais, Música Sertaneja, Bossa Nova.
Alunos e professores já se preparam para apresentação na grande festa que acontecerá no dia 5 de novembro.
MPB nas Escolas - Parceria SEEDUC e Instituto Cultural Cravo Albin
O projeto MPB nas Escolas,
parceria da Secretaria de Estado de Educação (SEEDUC) e do Instituto Ricardo
Cravo Albim. O projeto está em conformidade com a Lei
11.769/08, que estabelece a inclusão da música popular brasileira obrigatória
na Educação Básica.
De acordo com a Secretária
de Educação, Tereza Porto, o projeto
surgiu de uma sugestão do vice-governador Luiz Fernando Pezão. Quando era
prefeito de Piraí, ele desenvolveu o MPB nas escolas e implantou nos colégios
do município com muito sucesso. O programa vai adequar o tema aos conteúdos das
diversas disciplinas, como História, Língua Portuguesa e Literatura, tornando o
ensino ainda mais atrativo - ressaltou a secretária de Estado de Educação.
A partir da iniciativa, o universo musical
brasileiro será trabalhado transversalmente pelas unidades de ensino, em todas
as áreas - e não como uma disciplina específica. Para o incremento das aulas,
as escolas já receberam um kit com seis DVDs, seis livretos e seis cartazes. O
material de apoio foi especialmente desenvolvido pelo Instituto Ricardo Cravo
Albin para estimular o processo pedagógico por meio do estudo da música.
Com a parceria, a Secretaria de Estado de Educação
espera enriquecer a cultura musical dos jovens, mostrando como a MPB
influenciou a formação da identidade cultural dos brasileiros. A ideia é
relacionar a história da música e as obras de diferentes compositores aos
conteúdos das disciplinas, abordando ainda as manifestações folclóricas e
preservando valores e tradições. Vale lembrar que o programa se antecipa à Lei
federal 11.769, que prevê o ensino de música na Educação Básica a partir de
2011. (maio/2010)
A partir da iniciativa, o universo musical
brasileiro será trabalhado transversalmente pelas unidades de ensino, em todas
as áreas - e não como uma disciplina específica. Para o incremento das aulas,
as escolas já receberam um kit com seis DVDs, seis livretos e seis cartazes. O
material de apoio foi especialmente desenvolvido pelo Instituto Ricardo Cravo
Albin para estimular o processo pedagógico por meio do estudo da música.
Com a parceria, a Secretaria de Estado de Educação
espera enriquecer a cultura musical dos jovens, mostrando como a MPB
influenciou a formação da identidade cultural dos brasileiros. A ideia é
relacionar a história da música e as obras de diferentes compositores aos
conteúdos das disciplinas, abordando ainda as manifestações folclóricas e
preservando valores e tradições. Vale lembrar que o programa se antecipa à Lei
federal 11.769, que prevê o ensino de música na Educação Básica a partir de
2011.
Poeta essencialmente lírico, o poetinha
(como ficou conhecido) notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e
apreciador do uísque, era também conhecido por ser um
grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua
vida.
Marcus Vinicius de Moraes nasceu em 1913 no bairro
da Gávea,
no Rio de Janeiro,
filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário da Prefeitura, poeta e
violinista amador, e Lídia Cruz, pianista amadora. Vinícius é o segundo de
quatro filhos, Lygia (1911), Laetitia (1916) e Helius (1918). Mudou-se com a
família para o bairro de Botafogo
em 1916, onde iniciou os seus estudos na Escola Primária Afrânio Peixoto, onde
já demonstrava interesse em escrever poesias.[3] Em 1922, a sua mãe adoeceu e a
família de Vinicius mudou-se para a Ilha do Governador,
ele e sua irmã Lygia permanecendo com o avô, em Botafogo, para terminar o curso
primário.[4]
Vinicius de Moraes ingressou em 1924 no Colégio Santo
Inácio, de padres jesuítas, onde passou a cantar no coral e começou a montar pequenas peças de teatro. Três anos mais tarde, tornou-se amigo dos irmãos
Haroldo
e Paulo Tapajós,
com quem começou a fazer suas primeiras composições e a se apresentar em festas
de amigos.[5] Em 1929, concluiu o ginásio e no
ano seguinte, ingressou na Faculdade de Direito do Catete, hoje
integrada à Universidade
Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Na chamada "Faculdade do
Catete", conheceu e tornou-se amigo do romancistaOtavio
Faria, que o incentivou na vocação literária. Vinicius de Moraes
graduou-se em
Ciências Jurídicas e Sociais em 1933.
Três anos depois, obteve o emprego de censor
cinematográfico junto ao Ministério da Educação e Saúde. Dois anos mais tarde,
Vinicius de Moraes ganhou uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e
literatura inglesas na Universidade de
Oxford. Em 1941, retornou ao Brasil empregando-se como
crítico de cinema
no jornal "A Manhã". Tornou-se
também colaborador da revista "Clima" e empregou-se no Instituto dos
Bancários.
No ano seguinte, foi reprovado em seu primeiro
concurso para o Ministério
das Relações Exteriores (MRE). Em 1943, concorreu novamente e desta
vez foi aprovado. Em 1946, assumiu o primeiro posto diplomático como vice-cônsul em Los Angeles. Com a morte do pai, em 1950,
Vinicius de Moraes retornou ao Brasil. Nos anos 1950, Vinicius atuou no campo
diplomático em Paris e em Roma,
onde costumava realizar animados encontros na casa do escritor Sérgio Buarque
de Holanda.
O poeta estava em Portugal, a dar uma série de
espectáculos, alguns com Chico Buarque e
Nara Leão, quando o regime militar emitiu o
AI-5. O motivo apontado para o afastamento foi o seu comportamento boêmio que o
impedia de cumprir as suas funções. Vinícius foi anistiado (post-mortem)pela
Justiça em 1998. Em 2006, foi oficialmente reintegrado na carreira diplomática.
A Câmara dos Deputados brasileira aprovou em Fevereiro de 2010 a promoção póstuma do
poeta ao cargo de "ministro de primeira classe" do Ministério dos
Negócios Estrangeiros - o equivalente a embaixador, que é o cargo mais alto da
carreira diplomática. A lei foi publicada no Diário Oficial do dia 22.06.2010 e
recebeu o número 12.265.[6]
Vinicius começou a se tornar prestigiado com sua
peça de teatro "Orfeu da Conceição", em 25 de setembro de
1956. Além da diplomacia, do teatro e dos livros, sua carreira musical começou
a deslanchar em meados da década de 1950 - época em que conheceu Tom Jobim (um de seus grandes parceiros) -,
quando diversas de suas composições foram gravadas por inúmeros artistas. Na
década seguinte, Vinicius de Moraes viveu um período áureo na MPB, no qual
foram gravadas cerca de 60 composições de sua autoria. Foram firmadas parcerias
com compositores como Baden Powell, Carlos Lyra e Francis Hime.
Nos anos 1970, já consagrado e com um novo
parceiro, o violonista Toquinho, Vinicius
seguiu lançando álbuns e livros de grande sucesso.
Na noite de 8 de julho de 1980,
acertando detalhes com Toquinho sobre as canções do álbum "Arca de
Noé", Vinicius alegou cansaço e que precisava tomar um banho. Na
madrugada do dia 9 de julho,
Vinicius foi acordado pela empregada, que o encontrara na banheira de casa, com
dificuldades para respirar. Toquinho, que estava dormindo, acordou e tentou
socorrê-lo, seguido por Gilda Mattoso (última esposa do poeta), mas não houve
tempo e Vinicius de Moraes morreu pela manhã.
Carreira
artística
O
começo
No fim dos anos 1920, Vinicius de Moraes produziu
letras para dez canções gravadas - nove delas parcerias com os Irmãos
Tapajós. Seu primeiro registro como letrista veio em 1928,
quando compôs (com Haroldo) "Loira ou Morena", gravado em 1932
pela dupla de irmãos. Vinicius teve publicado seu primeiro livro de poemas, O Caminho
para a Distância, em 1933, e lançou outros
livros de poemas nessa década. Foram também gravadas outras canções de sua
autoria, como "Dor de uma Saudade" (composta com Joaquim
Medina), gravada em 1933 por João
Petra de Barros e Joaquim Medina, "O Beijo Que Você Não Quis
Dar" (composta com Haroldo Tapajós) e "Canção da Noite"
(composta com Paulo Tapajós), ambas gravadas em 1933 pelos Irmãos Tapajós e
também "Canção para Alguém" (composta com Haroldo Tapajós), gravada
pelos mesmos um ano depois.
Nos anos 1940, suas obras literárias foram
marcadas por versos em linguagem mais simples, sensual e, por vezes, carregados
de temas sociais. Vinicius de Moraes publicou os livros Cinco Elegias (1943),
que marcou esta nova fase, e Poemas,
Sonetos e Baladas (1946); obra ilustrada com
22 desenhos de Carlos Leão.
Atuando como jornalista e crítico de cinema
em diversos jornais, Vinicius lançou em 1947,
com Alex Vianny, a revista Filme. Dois anos depois, publicou em Barcelona o livro Pátria Minha.
Em 1953, Aracy de Almeida gravou "Quando Tu
Passas Por Mim", primeiro samba de sua autoria.
Escrita com Antônio Maria,
a canção foi dedicado à esposa Tati de Moraes -e marcava também o fim do seu
casamento. Ainda naquele ano, Vinícus foi para Paris
como segundo secretário da embaixada brasileira. Aracy de Almeida também gravou
"Dobrado de Amor a São Paulo" (outra parceria com Antônio Maria), em 1954.
Orfeu
e o amigo Tom
Em 1954, Vinícius publica sua coletânea de poemas, Antologia
Poética,[8][9] mesmo ano que publica sua peça
teatral Orfeu da Conceição,
premiada no concurso do IV Centenário de São Paulo e publicada na revista
"Anhembi". Dois anos depois, quando Vinicius buscava alguém para
musicar a peça, e aceitou a sugestão do amigo Lúcio
Rangel para trabalhar com um jovem pianista, Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim,
que na época tinha 29 anos e vivia da venda de músicas e arranjos nos
inferninhos de Copacabana.[10]
Do encontro entre Vinícius e Tom nasceria uma das
mais fecundas parcerias da música brasileira, que a marcaria definitivamente.
Os dois compuseram a trilha sonora,
que incluía "Lamento no Morro", "Se Todos Fossem
Iguais A Você", "Um Nome de Mulher", "Mulher
Sempre Mulher" e "Eu e Você" e foram lançadas em
disco por Roberto Paiva, Luiz Bonfá e Orquestra]]. A peça estreou no Teatro
Municipal do Rio de Janeiro. Além destas canções, a dupla Vinicius e Tom
compuseram, entre outros clássicos, "A Felicidade", "Chega
de Saudade", "Eu Sei Que Vou Te Amar", "Garota de Ipanema", "Insensatez"',
entre outras belas canções.
Em 1957, o poeta teve sua
carreira diplomática transferida para Montevidéu, onde permaneceu por três anos.
A
Bossa Nova
O ano de 1958 marcaria o início de
um dos movimentos mais importantes da música brasileira, a Bossa Nova. A pedra fundamental do
movimento veio com o álbum "Canção do Amor Demais", gravado
pela cantora Elizeth Cardoso.
Além da faixa-título, o antológico LP contava ainda com outras canções de
autoria da dupla Vinicius e Tom, como "Luciana", "Estrada
Branca", "Outra Vez" e "Chega de
Saudade", em interpretações vocais intimistas.
"Chega de Saudade" foi uma canção fundamental daquela novo movimento,
especialmente porque o álbum de Elizeth contou com a participação de um jovem
violonista, que com seu inovador modo de tocar o violão, caracterizado por uma
nova batida, marcaria definitivamente a bossa nova e a tornaria famosa no mundo
inteiro a partir dali. O nome deste violonista é João Gilberto. A importância do disco "Canção
do Amor Demais" é tamanha que ele é tido como referência por muitos
artistas como Chico Buarque e
Caetano Veloso.
Várias das composições de Vinicius foram gravadas
na metade final daquela década por outros artistas. Joel de Almeida gravou "Loura ou
Morena" (1956). No ano seguinte, Aracy de Almeida
gravou "Bom Dia, Tristeza" (composta com Adoniran Barbosa), Tito Madi gravou "Se Todos Fossem
Iguais A Você", Bill Farr gravou "Eu
Não Existo Sem Você", Agnaldo Rayol gravou "Serenata do
Adeus" e Albertinho Fortuna
gravou "Eu Sei Que Vou Te Amar". "O Nosso Amor"
e "A Felicidade" foram duas das canções mais lançadas no final
daquela década. A primeira foi gravada por Lueli
Figueiró e Diana
Montez, ambas em 1959. Já a segunda foi
lançada por Lueli Figueiró, Lenita
Bruno, Agostinho dos
Santos e João Gilberto.
Servindo ao Itamaraty em Montevidéu desde 1957,
Vinicius de Moraes deixaria a embaixada brasileira no Uruguai somente em 1960.
Suas canções continuaram sendo gravadas por muitos artistas no início dos anos 1960. Foram lançadas "Janelas
Abertas" (composta com Tom Jobim), por Jandira Gonçalves, e "Bate
Coração", (composta com Antônio Maria), por Marianna Porto de Aragão,
cantora cultuada na época como um das vozes mais poderosas de toda uma geração
de cantoras .
Drummond,
como os modernistas, proclama a liberdade das palavras, uma libertação
do idioma que autoriza modelação poética à margem das convenções
usuais. Segue a libertação proposta por Mário e Oswald de Andrade; com
a instituição do verso livre, acentua-se a libertação do ritmo,
mostrando que este não depende de um metro fixo (impulso rítmico).
Se
dividirmos o Modernismo numa corrente mais lírica e subjetiva e outra
mais objetiva e concreta, Drummond faria parte da segunda, ao lado do
próprio Oswald de Andrade.
Quando
se diz que Drummond foi o primeiro grande poeta a se afirmar depois das
estreias modernistas, não se está querendo dizer que Drummond seja um
modernista. De fato herda a liberdade linguística, o verso livre, o
metro livre, as temáticas cotidianas. Mas vai além. "A obra de Drummond
alcança — como Fernando Pessoa ou Jorge de Lima, Herberto Helder ou
Murilo Mendes — um coeficiente de solidão, que o desprende do próprio
solo da História, levando o leitor a uma atitude livre de referências,
ou de marcas ideológicas, ou prospectivas", afirma Alfredo Bosi (1994).
Affonso
Romano de Sant'ana costuma estabelecer que a poesia de Carlos Drummond
a partir da dialética "eu x mundo", desdobrando-se em três atitudes:
• Eu maior que o mundo — marcada pela poesia irônica
• Eu menor que o mundo — marcada pela poesia social
• Eu igual ao mundo — abrange a poesia metafísica
Sobre
a poesia política, algo incipiente até então, deve-se notar o contexto
em que Drummond escreve. A civilização que se forma a partir da Guerra
Fria está fortemente amarrada ao neocapitalismo, à tecnocracia, às
ditaduras de toda sorte, e ressoou dura e secamente no eu artístico do
último Drummond, que volta, com frequência, à aridez desenganada dos
primeiros versos: A poesia é incomunicável / Fique quieto no seu canto.
/ Não ame. Muito a propósito da dua posição política, Drummond diz,
curiosamente, na página 82 da sua obra "O Observador no Escritório",
Rio de Janeiro, Editora Record, 1985, que "Mietta Santiago, a
escritora, expõe-me sua posição filosófica: Do pescoço para baixo sou
marxista, porém do pescoço para cima sou espiritualista e creio em
Deus."
No final da década de 1980, o erotismo ganha espaço na sua poesia até seu último livro.
Temas típicos da poesia de Drummond
•
O Indivíduo: "um eu todo retorcido". O eu lírico na poesia de Drummond
é complicado, torturado, estilhaçado. Vale ressaltar que o próprio
autor já se definia no primeiro poema de seu primeiro livro (Alguma
Poesia) como um gauche, ou seja, alguém desajeitado, deslocado, tímido,
posição que marca presença em toda sua obra.
• A Terra Natal: a relação com o lugar de origem, que o indivíduo deixa para se formar.
•
A Família: O indivíduo interroga, sem alegria e sem sentimentalismo, a
estranha realidade familiar, a família que existe nele próprio.
•
Os Amigos: "cantar de amigos" (título que parafraseia com as Cantigas
de Amigo). Homenagens a figuras que o poeta admira, próximas ou
distantes, de Mário de Andrade a Manuel Bandeira, de Machado de Assis a
Charles Chaplin.
• O Choque Social. O espaço social onde se expressa o indivíduo e as suas limitações face aos outros.
• O Amor: Nada romântico ou sentimental, o amor em Drummond é uma amarga forma de conhecimento dos outros e de si próprio.
• A Poesia. O fazer poético aparece como reflexão ao longo da sua poesia.
• Exercícios lúdicos, ou poemas-piada. Jogos com palavras, por vezes de aparente inocência naïf.
• A Existência: a questão de estar-no-mundo.
Obra literária de Drummond
•
Alguma Poesia (1930)
• Brejo das Almas (1934)
• Sentimento do Mundo (1940)
• José (1942)
• A Rosa do Povo (1945)
• Claro Enigma (1951)
• Fazendeiro do ar (1954)
• Quadrilha (1954)
• Viola de Bolso (1955)
• Lição de Coisas (1964)
• Boitempo (1968)
• A falta que ama (1968)
• Nudez (1968)
• As Impurezas do Branco (1973)
• Menino Antigo (Boitempo II) (1973)
• A Visita (1977)
• Discurso de Primavera (1977)
• Algumas Sombras (1977)
• O marginal clorindo gato (1978)
• Esquecer para Lembrar (Boitempo III) (1979)
• A Paixão Medida (1980)
• Caso do Vestido (1983)
• Corpo (1984)
• Amar se aprende amando (1985)
• Poesia Errante (1988)
• O Amor Natural (1992)
• Farewell (1996)
• Os ombros suportam o mundo(1935)
• Futebol a arte (1970)
Antologia poética
• A última pedra no meu caminho (1950)
• 50 poemas escolhidos pelo autor (1956)
• Antologia Poética (1962)
• Antologia Poética (1965)
• Seleta em Prosa e Verso (1971)
• Amor, Amores (1975)
• Carmina drummondiana (1982)
• Boitempo I e Boitempo II (1987)
• Minha morte (1987)
Infantis
• O Elefante (1983)
• História de dois amores (1985)
• O pintinho (1988)
Prosa
• Confissões de Minas (1944)
• Contos de Aprendiz (1951)
• Passeios na Ilha (1952)
• Fala, amendoeira (1957)
• A bolsa & a vida (1962)
• Cadeira de balanço (1966)
• Caminhos de João Brandão (1970)
• O poder ultrajovem e mais 79 textos em prosa e verso (1972)
• De notícias & não-notícias faz-se a crônica (1974)
• Os dias lindos (1977)
• 70 historinhas (1978)
• Contos plausíveis (1981)
• Boca de luar (1984)
• O observador no escritório (1985)
• Tempo vida poesia (1986)
• Moça deitada na grama (1987)
• O avesso das coisas (1988)
• Auto-retrato e outras crônicas (1989)
• As histórias das muralhas (1989)
Representações na cultura
Drummond já foi retratado como personagem no cinema e na televisão,
interpretado por Carlos Gregório e Pedro Lito no filme Poeta de Sete
Faces (2002) e Ivan Fernandes na minissérie JK (2006).
Também teve sua efígie impressa nas notas de NCz$ 50,00 (cinquenta
cruzados novos) em circulação no Brasil entre 1988 e 1990.
Atualmente,
também, a representações em Esculturas do Escritor, como é o caso das
estátuas 'Dois poetas', na cidade de Porto Alegre, e também 'O
Pensador, na praia de Copacabana no Rio de Janeiro, além de um memorial
em sua homenagem da cidade de Itabira.
Texto: Poema de Sete Faces (Carlos Drummond de Andrade)
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de
pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me
abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
A respeito do
texto:
1 – Que relação se pode estabelecer entre o título
do poema e o número de estrofes?
2 – Que elemento comum identifica o poeta e o anjo?
3 – Há uma aparente desconexão entre as várias
estrofes, como se o poeta registrasse flashes
da realidade. Identifique cada uma das estrofes, a partir da idéia básica de
cada uma delas, que assinalam a seguir:
a) flash
do adulto sério, reservado:
b) nascimento do poeta:
c) percepção de um mundo inquieto, que poderia ser
mais belo:
d) desajustamento entre a realidade interior e a
exterior, aliado à percepção da sexualidade:
4 – Na 2ª estrofe, que fato impede a tranqüilidade e
a beleza do dia?
5 – Em “Vai, Carlos! ser gauche na vida”, o tipo gauche, segundo a observação de Affonso
Romano de Sant’Anna, tem aí aquelas características de “persona” (de onde,
personagem), “ou seja funciona como uma máscara, um disfarce através do qual
ressoa a voz do poeta”. Em que verso, a idéia de “disfarce” também aparece?
6 – Em que verso o poeta utiliza uma passagem bíblica?
7 – Em que estrofe o poeta descobre-se impotente
diante do mundo? Transcreva o verso que evidencia essa sensação.
8 – Alguns psicanalistas assinalam que a ironia é
antes uma defesa de quem se sente acuado ou impotente diante da realidade. Em que
estrofe o poeta utiliza-se da ironia e do humor como forma de suprir sua impotência.
9 – Ao sentir-se ‘flagrado’ em sua intimidade e seu
momento de emoção, com que elementos o poeta procura justificar seu momento de
extravasamento emotivo?
10 – Numa outra fase de sua trajetória poética,
Drummond escreveu: “Não, meu coração não é maior que o mundo / É muito menor /
Nele não cabem nem as minhas dores”. Que versos do poema revelam-nos um
sentimento contrário a esse?
Texto: Adeus a Sete Quedas
Sete quedas
por nós passaram,
e não
soubemos, ah, não soubemos amá-las,
e todas
sete foram mortas,
e todas
sete somem no ar,
sete
fantasmas, sete crimes
Sete
quedas por mim passaram,
e todas
sete se esvaíram.
Cessa o
estrondo das cachoeiras, e com ele
a
memória dos índios, pulverizada,
já não
desperta o mínimo arrepio.
Aos
mortos espanhóis, aos mortos bandeirantes,
aos
apagados fogos
de
Ciudad Real de Guaira vão juntar-se
os sete
fantasmas das águas assassinadas
por mão
do homem, dono do planeta.
Aqui
outrora retumbaram vozes
da
natureza imaginosa, fértil
em
teatrais encenações de sonhos
aos
homens ofertadas sem contrato.
Uma
beleza em si,
fantástico
desenho
corporizado
em cachões e bulcões de aéreo contorno
mostrava-se,
despia-se, doava-se
em
livre coito à humana vista extasiada.
Toda a
arquitetura, toda a engenharia
de
remotos egípcios e assírios
em vão
ousaria criar tal monumento.
E
desfaz- se
por
ingrata intervenção de tecnocratas.
Aqui
sete visões, sete esculturas
de
líquido perfil
dissolvem-se
entre cálculos computadorizados
de um
país que vai deixando de ser humano
para
tornar-se empresa gélida, mais nada.
Faz-se
do movimento uma represa,
da
agitação faz-se um silêncio
empresarial,
de hidrelétrico projeto.
Vamos
oferecer todo o conforto
que luz
e força tarifadas geram
à custa
de outro bem que não tem preço
nem
resgate, empobrecendo a vida
na
feroz ilusão de enriquece-la.
Sete
boiadas de água, sete touros brancos,
de
bilhões de touros brancos integrados,
afundam-se
em lagoa, e no vazio
que
forma alguma ocupará, que resta
senão
da natureza a dor sem gesto,
a
calada censura
e a
maldição que o tempo irá trazendo?
Vinde
povos estranhos, vinde irmãos
brasileiros
de todos os semblantes,
vinde
ver e guardar
não
mais a obra de arte natural
hoje
cartão-postal a cores, melancólico,
mas seu
espectro ainda rorejante
de
irisadas pérolas de espuma e raiva,
passando,
circunvoando,
entre
pontes pênseis destruídas
e o
inútil pranto das coisas,
sem
acordar nenhum remorso,
nenhuma
culpa ardente e confessada.
(“Assumimos
a responsabilidade!
Estamos
construindo o Brasil grande!”)
E
patati patati patatá...
Sete
quedas por nós passaram,
e não
soubemos, ah, não soubemos amá-las,
e todas
sete foram mortas,
e todas
sete somem no ar,
sete
fantasmas, sete crimes
dos
vivos golpeando a vida
que nunca mais renascerá.
A respeito do texto:
1) A
palavra fantasmas (verso 5) significa:
a)
Assombração. b)
Imagem da culpa c)
Seres medonhos d)
Que não existem
2) A repetição do conectivo "e" tem
efeito de marcar:
a) que existe uma seqüência cronológica dos fatos b) um exagero do
conectivo
c) que existe uma descontinuidade de fatos d) que
existe uma coordenação entre as três orações
3)- A
afirmação: "Sete Quedas por nós passaram / E não soubemos amá-las.",
Faz-nos entender que:
a) só agora nos damos conta do valor daquilo que
perdemos
b) enquanto era possível, não passávamos por Sete
Quedas
c) Sete Quedas pertence agora ao passado
d) Todos, antigamente, podiam apreciar o
espetáculo; agora não
4) Na
passagem: "E todas sete foram mortas, / E todas sete somem no ar." O
uso de todas sete se justifica:
a) como referência ao número de quedas que
existiram no rio Paraná
b) para representar todo conjunto das quedas que
desaparece
c) para destacar o valor individual de cada uma das
quedas
d) para confirmar que a perda
foi parcial.
5) A
palavra Sete Quedas (verso 1) está escrita em letra maiúscula por se tratar de:
Alunos do CIEP BRIZOLÃO 113 - Waldick Pereira estão entre os 7 primeiros colocados na Olimpíada dos Jogos Eletrônicos - OJE. Dois grupos de alunos do 113 (Guild Masters e The Troop) continuam na disputa no OJE. Veja a Classificação:
Começam no dia 04 de outubro as aulas do Curso Intel Educar - Fundamentos Básicos. Por oito semanas, os educadores do CIEP 113 participarão do curso cujo objetivo é a formação de professores das escolas públicas brasileiras no uso da tecnologia, na organização e no desenvolvimento de projetos intercurriculares, através de conceitos e metodologias inovadoras de ensino e aprendizagem. Professores matriculados, fiquem atentos!
Curso Fundamentos Básicos
Público Alvo: Professores com pouco ou nenhum conhecimento de tecnologia. Carga Horária: 24 ou 32h presenciais (dependendo da turma) e aproximadamente 10h de atividades de casa. Módulos de Estudo:
Módulo 1: Desenvolvendo Habilidades do Século XXI
Módulo 2: Aprendendo os Fundamentos Básicos sobre Computadores e Internet
Módulo 3: Desenvolvendo Pensamento Crítico e Colaboração
Módulo 4: Descobrindo o Processador de Texto
Módulo 5: Utilizando o Processador de Texto
Módulo 6: Descobrindo a Multimídia
Módulo 7: Utilizando Aplicativos Multimídia
Módulo 8: Descobrindo as Planilhas
Módulo 9: Utilizando Planilhas
Módulo 10: Desenvolvendo Abordagens do Século XXI
Módulo 11: Planejando e Executando Seu Plano de Ação
Módulo 12: Revisando e Compartilhando Seu Plano de Ação
28/09 a 01/10/2010: VIII Worshop de Educação e III Semana Pedagógica - Tema: Desafios do século XXI - Tecnologias da Educação
Professores
do CIEP 113 participam como oficineiros na Semana Pedagógica que
acontece no período de 28 de setembro a 01 de outubro de 2010. As professoras Luciana Honorato e Rosalva Araujo e o professor Diego Gomes apresentaram a oficina A Arte Ndebele de Esther Mahlangu,importante artista plástica da África do Sul. A apresentação das etapas da Oficina estão disponíveis em documento PDF, no link acima. Veja algumas cenas da oficina realizada na Semana Pedagógica (28/09/10):
Estendendo-se de 1930 a 1945, a segunda fase foi rica na produção poéticga e, também, na prosa. O universo temático amplia-se com a preocupação dos artistas com o destino do Homem e no estar-no-mundo. Ao contrário da sua antecessora, foi construtiva. Não sendo uma sucessão brusca, a poesia da geração de 22 e 30 foram contemporâneas.
A maioria dos poetas de 30 absorveram experiências de 22, como a liberdade temática, o gosto da expressão atualizada ou inventiva, o verso livre e o antiacademicismo. Portanto, ela não precisou ser tão combativa quanto a de 22, devido ao encontro de uma linguagem poética modernista já estruturada. Passara, então, a aprimorá-la, prosseguindo a tarefa de purificação de meios e formas direcionando e ampliando a temática da inquietação filosófica e religiosa, com Vinícius de Moraes, Jorge de Lima, Augusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade.
A prosa, por sua vez, alargava a sua área de interesse ao incluir preocupações novas de ordem política, social, econômica, humana e espiritual. A piada foi sucedida pela gravidade de espírito, a seriedade da alma, propósitos e meios. Essa geração foi grave, assumindo uma postura séria em relação ao mundo, por cujas dores, considerava-se responsável. Também caracterizou o romance dessa época, o encontro do autor com seu povo, havendo uma busca do homem brasileiro em diversas regiões, tornando o regionalismo importante. A Bagaceira, de José Américo de Almeida, foi o primeiro romance nordestino.
Rachel de Queiroz, Jorge Amado, José Lins do Rego, Érico Verissimo, Graciliano Ramos e outros escritores criaram um estilo novo, completamente moderno, totalmente liberto da linguagem tradicional, nos quais puderam incorporar a real linguagem regional, as gírias locais.
O humor quase piadístico de Drummond receberia influências de Mário e Oswald de Andrade. Vinícius, Cecília, Jorge de Lima e Murilo Mendes apresentaram certo espiritualismo que vinha do livro de Mário Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917).
A consciência crítica estava presente, e mais do que tudo, os escritores da segunda geração consolidaram em suas obras questões sociais bastante graves: a desigualdade social, a vida cruel dos retirantes, os resquícios de escravidão, o coronelismo, apoiado na posse das terras - todos problemas sociopolíticos que se sobreporiam ao lado pitoresco das várias regiões retratadas.