30 de setembro de 2010

Sarau Literário

Vem aí o IV Sarau Literário do CIEP 113

    Alunos e professores estão se preparando para o IV Sarau Literário no CIEP 113.
    Para este ano, o projeto terá como tema a Música Popular Brasileira, inspirado na parceria da SEEDUC e do Instituto Cultural Cravo Albin, e trará números inspirados em cinco estilos musicais como o Samba, Choro, Festivais, Música Sertaneja, Bossa Nova.
Alunos e professores já se preparam para apresentação na grande festa que acontecerá no dia 5 de novembro.
MPB nas Escolas - Parceria SEEDUC e Instituto Cultural Cravo Albin
O projeto MPB nas Escolas, parceria da Secretaria de Estado de Educação (SEEDUC) e do Instituto Ricardo Cravo Albim. O projeto está em conformidade com a Lei 11.769/08, que estabelece a inclusão da música popular brasileira obrigatória na Educação Básica.
De acordo com a Secretária de Educação, Tereza Porto, o projeto surgiu de uma sugestão do vice-governador Luiz Fernando Pezão. Quando era prefeito de Piraí, ele desenvolveu o MPB nas escolas e implantou nos colégios do município com muito sucesso. O programa vai adequar o tema aos conteúdos das diversas disciplinas, como História, Língua Portuguesa e Literatura, tornando o ensino ainda mais atrativo - ressaltou a secretária de Estado de Educação.
A partir da iniciativa, o universo musical brasileiro será trabalhado transversalmente pelas unidades de ensino, em todas as áreas - e não como uma disciplina específica. Para o incremento das aulas, as escolas já receberam um kit com seis DVDs, seis livretos e seis cartazes. O material de apoio foi especialmente desenvolvido pelo Instituto Ricardo Cravo Albin para estimular o processo pedagógico por meio do estudo da música.
Com a parceria, a Secretaria de Estado de Educação espera enriquecer a cultura musical dos jovens, mostrando como a MPB influenciou a formação da identidade cultural dos brasileiros. A ideia é relacionar a história da música e as obras de diferentes compositores aos conteúdos das disciplinas, abordando ainda as manifestações folclóricas e preservando valores e tradições. Vale lembrar que o programa se antecipa à Lei federal 11.769, que prevê o ensino de música na Educação Básica a partir de 2011. (maio/2010)
A partir da iniciativa, o universo musical brasileiro será trabalhado transversalmente pelas unidades de ensino, em todas as áreas - e não como uma disciplina específica. Para o incremento das aulas, as escolas já receberam um kit com seis DVDs, seis livretos e seis cartazes. O material de apoio foi especialmente desenvolvido pelo Instituto Ricardo Cravo Albin para estimular o processo pedagógico por meio do estudo da música.
Com a parceria, a Secretaria de Estado de Educação espera enriquecer a cultura musical dos jovens, mostrando como a MPB influenciou a formação da identidade cultural dos brasileiros. A ideia é relacionar a história da música e as obras de diferentes compositores aos conteúdos das disciplinas, abordando ainda as manifestações folclóricas e preservando valores e tradições. Vale lembrar que o programa se antecipa à Lei federal 11.769, que prevê o ensino de música na Educação Básica a partir de 2011.
Para saber mais sobre o projeto, visite o site do Instituto Cultural Cravo Albin

Referências:
http://institutocravoalbin.com.br

29 de setembro de 2010

Vinicius de Moraes - Segunda Geração Modernista - Poesia


Vinicius de Moraes
Poeta essencialmente lírico, o poetinha (como ficou conhecido) notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida.
Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.

Vida

Marcus Vinicius de Moraes nasceu em 1913 no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário da Prefeitura, poeta e violinista amador, e Lídia Cruz, pianista amadora. Vinícius é o segundo de quatro filhos, Lygia (1911), Laetitia (1916) e Helius (1918). Mudou-se com a família para o bairro de Botafogo em 1916, onde iniciou os seus estudos na Escola Primária Afrânio Peixoto, onde já demonstrava interesse em escrever poesias.[3] Em 1922, a sua mãe adoeceu e a família de Vinicius mudou-se para a Ilha do Governador, ele e sua irmã Lygia permanecendo com o avô, em Botafogo, para terminar o curso primário.[4]
Vinicius de Moraes ingressou em 1924 no Colégio Santo Inácio, de padres jesuítas, onde passou a cantar no coral e começou a montar pequenas peças de teatro. Três anos mais tarde, tornou-se amigo dos irmãos Haroldo e Paulo Tapajós, com quem começou a fazer suas primeiras composições e a se apresentar em festas de amigos.[5] Em 1929, concluiu o ginásio e no ano seguinte, ingressou na Faculdade de Direito do Catete, hoje integrada à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Na chamada "Faculdade do Catete", conheceu e tornou-se amigo do romancista Otavio Faria, que o incentivou na vocação literária. Vinicius de Moraes graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1933.
Três anos depois, obteve o emprego de censor cinematográfico junto ao Ministério da Educação e Saúde. Dois anos mais tarde, Vinicius de Moraes ganhou uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford. Em 1941, retornou ao Brasil empregando-se como crítico de cinema no jornal "A Manhã". Tornou-se também colaborador da revista "Clima" e empregou-se no Instituto dos Bancários.
No ano seguinte, foi reprovado em seu primeiro concurso para o Ministério das Relações Exteriores (MRE). Em 1943, concorreu novamente e desta vez foi aprovado. Em 1946, assumiu o primeiro posto diplomático como vice-cônsul em Los Angeles. Com a morte do pai, em 1950, Vinicius de Moraes retornou ao Brasil. Nos anos 1950, Vinicius atuou no campo diplomático em Paris e em Roma, onde costumava realizar animados encontros na casa do escritor Sérgio Buarque de Holanda.
No final de 1968 foi afastado da carreira diplomática tendo sido aposentado compulsoriamente pelo Ato Institucional Número Cinco
O poeta estava em Portugal, a dar uma série de espectáculos, alguns com Chico Buarque e Nara Leão, quando o regime militar emitiu o AI-5. O motivo apontado para o afastamento foi o seu comportamento boêmio que o impedia de cumprir as suas funções. Vinícius foi anistiado (post-mortem)pela Justiça em 1998. Em 2006, foi oficialmente reintegrado na carreira diplomática. A Câmara dos Deputados brasileira aprovou em Fevereiro de 2010 a promoção póstuma do poeta ao cargo de "ministro de primeira classe" do Ministério dos Negócios Estrangeiros - o equivalente a embaixador, que é o cargo mais alto da carreira diplomática. A lei foi publicada no Diário Oficial do dia 22.06.2010 e recebeu o número 12.265.[6]
Vinicius começou a se tornar prestigiado com sua peça de teatro "Orfeu da Conceição", em 25 de setembro de 1956. Além da diplomacia, do teatro e dos livros, sua carreira musical começou a deslanchar em meados da década de 1950 - época em que conheceu Tom Jobim (um de seus grandes parceiros) -, quando diversas de suas composições foram gravadas por inúmeros artistas. Na década seguinte, Vinicius de Moraes viveu um período áureo na MPB, no qual foram gravadas cerca de 60 composições de sua autoria. Foram firmadas parcerias com compositores como Baden Powell, Carlos Lyra e Francis Hime.
Nos anos 1970, já consagrado e com um novo parceiro, o violonista Toquinho, Vinicius seguiu lançando álbuns e livros de grande sucesso.
Na noite de 8 de julho de 1980, acertando detalhes com Toquinho sobre as canções do álbum "Arca de Noé", Vinicius alegou cansaço e que precisava tomar um banho. Na madrugada do dia 9 de julho, Vinicius foi acordado pela empregada, que o encontrara na banheira de casa, com dificuldades para respirar. Toquinho, que estava dormindo, acordou e tentou socorrê-lo, seguido por Gilda Mattoso (última esposa do poeta), mas não houve tempo e Vinicius de Moraes morreu pela manhã.

Carreira artística

O começo

No fim dos anos 1920, Vinicius de Moraes produziu letras para dez canções gravadas - nove delas parcerias com os Irmãos Tapajós. Seu primeiro registro como letrista veio em 1928, quando compôs (com Haroldo) "Loira ou Morena", gravado em 1932 pela dupla de irmãos. Vinicius teve publicado seu primeiro livro de poemas, O Caminho para a Distância, em 1933, e lançou outros livros de poemas nessa década. Foram também gravadas outras canções de sua autoria, como "Dor de uma Saudade" (composta com Joaquim Medina), gravada em 1933 por João Petra de Barros e Joaquim Medina, "O Beijo Que Você Não Quis Dar" (composta com Haroldo Tapajós) e "Canção da Noite" (composta com Paulo Tapajós), ambas gravadas em 1933 pelos Irmãos Tapajós e também "Canção para Alguém" (composta com Haroldo Tapajós), gravada pelos mesmos um ano depois.
Ainda na década de 1930, Vinicius de Moraes estabeleceu amizade com os poetas Manuel Bandeira, Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Em sua fase considerada mística, ele recebeu o Prêmio Felipe D'Oliveira pelo livro Forma e Exegese, de 1935. No ano seguinte, lançou o livro Ariana, a Mulher.
Declarava-se partidário do Integralismo, partido brasileiro de orientação fascista.[7]

Mudança de fase

Nos anos 1940, suas obras literárias foram marcadas por versos em linguagem mais simples, sensual e, por vezes, carregados de temas sociais. Vinicius de Moraes publicou os livros Cinco Elegias (1943), que marcou esta nova fase, e Poemas, Sonetos e Baladas (1946); obra ilustrada com 22 desenhos de Carlos Leão. Atuando como jornalista e crítico de cinema em diversos jornais, Vinicius lançou em 1947, com Alex Vianny, a revista Filme. Dois anos depois, publicou em Barcelona o livro Pátria Minha.
De volta ao Brasil no início dos anos 1950, após servir ao Itamaraty nos Estados Unidos, Vinicius começou a trabalhar no jornal Última Hora, exercendo funções burocráticas na sede do Ministério das Relações Exteriores.
Em 1953, Aracy de Almeida gravou "Quando Tu Passas Por Mim", primeiro samba de sua autoria. Escrita com Antônio Maria, a canção foi dedicado à esposa Tati de Moraes -e marcava também o fim do seu casamento. Ainda naquele ano, Vinícus foi para Paris como segundo secretário da embaixada brasileira. Aracy de Almeida também gravou "Dobrado de Amor a São Paulo" (outra parceria com Antônio Maria), em 1954.

Orfeu e o amigo Tom

Em 1954, Vinícius publica sua coletânea de poemas, Antologia Poética,[8][9] mesmo ano que publica sua peça teatral Orfeu da Conceição, premiada no concurso do IV Centenário de São Paulo e publicada na revista "Anhembi". Dois anos depois, quando Vinicius buscava alguém para musicar a peça, e aceitou a sugestão do amigo Lúcio Rangel para trabalhar com um jovem pianista, Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, que na época tinha 29 anos e vivia da venda de músicas e arranjos nos inferninhos de Copacabana.[10]
Do encontro entre Vinícius e Tom nasceria uma das mais fecundas parcerias da música brasileira, que a marcaria definitivamente. Os dois compuseram a trilha sonora, que incluía "Lamento no Morro", "Se Todos Fossem Iguais A Você", "Um Nome de Mulher", "Mulher Sempre Mulher" e "Eu e Você" e foram lançadas em disco por Roberto Paiva, Luiz Bonfá e Orquestra]]. A peça estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Além destas canções, a dupla Vinicius e Tom compuseram, entre outros clássicos, "A Felicidade", "Chega de Saudade", "Eu Sei Que Vou Te Amar", "Garota de Ipanema", "Insensatez"', entre outras belas canções.
Entre 1957 a 1958, o diretor de cinema francês Marcel Camus filmou "Orfeu do Carnaval" no Rio de Janeiro, filme este que recebeu o nome de Orfeu Negro. Vinicius compôs para o filme "A Felicidade" e "O Nosso Amor". Um ano depois, o filme seria contemplado com a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Em 1957, o poeta teve sua carreira diplomática transferida para Montevidéu, onde permaneceu por três anos.

A Bossa Nova

O ano de 1958 marcaria o início de um dos movimentos mais importantes da música brasileira, a Bossa Nova. A pedra fundamental do movimento veio com o álbum "Canção do Amor Demais", gravado pela cantora Elizeth Cardoso. Além da faixa-título, o antológico LP contava ainda com outras canções de autoria da dupla Vinicius e Tom, como "Luciana", "Estrada Branca", "Outra Vez" e "Chega de Saudade", em interpretações vocais intimistas.
"Chega de Saudade" foi uma canção fundamental daquela novo movimento, especialmente porque o álbum de Elizeth contou com a participação de um jovem violonista, que com seu inovador modo de tocar o violão, caracterizado por uma nova batida, marcaria definitivamente a bossa nova e a tornaria famosa no mundo inteiro a partir dali. O nome deste violonista é João Gilberto. A importância do disco "Canção do Amor Demais" é tamanha que ele é tido como referência por muitos artistas como Chico Buarque e Caetano Veloso.
Várias das composições de Vinicius foram gravadas na metade final daquela década por outros artistas. Joel de Almeida gravou "Loura ou Morena" (1956). No ano seguinte, Aracy de Almeida gravou "Bom Dia, Tristeza" (composta com Adoniran Barbosa), Tito Madi gravou "Se Todos Fossem Iguais A Você", Bill Farr gravou "Eu Não Existo Sem Você", Agnaldo Rayol gravou "Serenata do Adeus" e Albertinho Fortuna gravou "Eu Sei Que Vou Te Amar". "O Nosso Amor" e "A Felicidade" foram duas das canções mais lançadas no final daquela década. A primeira foi gravada por Lueli Figueiró e Diana Montez, ambas em 1959. Já a segunda foi lançada por Lueli Figueiró, Lenita Bruno, Agostinho dos Santos e João Gilberto.
Servindo ao Itamaraty em Montevidéu desde 1957, Vinicius de Moraes deixaria a embaixada brasileira no Uruguai somente em 1960. Suas canções continuaram sendo gravadas por muitos artistas no início dos anos 1960. Foram lançadas "Janelas Abertas" (composta com Tom Jobim), por Jandira Gonçalves, e "Bate Coração", (composta com Antônio Maria), por Marianna Porto de Aragão, cantora cultuada na época como um das vozes mais poderosas de toda uma geração de cantoras .

Soneto da Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo
em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal posto que é chama 
Mas que seja infinito enquanto dure. 


Carlos Drummond de Andrade - Segunda Geração Modernista - Poesia

Carlos Drummond de Andrade 
Drummond, como os modernistas, proclama a liberdade das palavras, uma libertação do idioma que autoriza modelação poética à margem das convenções usuais. Segue a libertação proposta por Mário e Oswald de Andrade; com a instituição do verso livre, acentua-se a libertação do ritmo, mostrando que este não depende de um metro fixo (impulso rítmico). 
Se dividirmos o Modernismo numa corrente mais lírica e subjetiva e outra mais objetiva e concreta, Drummond faria parte da segunda, ao lado do próprio Oswald de Andrade. 
Quando se diz que Drummond foi o primeiro grande poeta a se afirmar depois das estreias modernistas, não se está querendo dizer que Drummond seja um modernista. De fato herda a liberdade linguística, o verso livre, o metro livre, as temáticas cotidianas. Mas vai além. "A obra de Drummond alcança — como Fernando Pessoa ou Jorge de Lima, Herberto Helder ou Murilo Mendes — um coeficiente de solidão, que o desprende do próprio solo da História, levando o leitor a uma atitude livre de referências, ou de marcas ideológicas, ou prospectivas", afirma Alfredo Bosi (1994). 
Affonso Romano de Sant'ana costuma estabelecer que a poesia de Carlos Drummond a partir da dialética "eu x mundo", desdobrando-se em três atitudes: 
• Eu maior que o mundo — marcada pela poesia irônica 
• Eu menor que o mundo — marcada pela poesia social 
• Eu igual ao mundo — abrange a poesia metafísica 
Sobre a poesia política, algo incipiente até então, deve-se notar o contexto em que Drummond escreve. A civilização que se forma a partir da Guerra Fria está fortemente amarrada ao neocapitalismo, à tecnocracia, às ditaduras de toda sorte, e ressoou dura e secamente no eu artístico do último Drummond, que volta, com frequência, à aridez desenganada dos primeiros versos: A poesia é incomunicável / Fique quieto no seu canto. / Não ame. Muito a propósito da dua posição política, Drummond diz, curiosamente, na página 82 da sua obra "O Observador no Escritório", Rio de Janeiro, Editora Record, 1985, que "Mietta Santiago, a escritora, expõe-me sua posição filosófica: Do pescoço para baixo sou marxista, porém do pescoço para cima sou espiritualista e creio em Deus."
No final da década de 1980, o erotismo ganha espaço na sua poesia até seu último livro. Temas típicos da poesia de Drummond 
• O Indivíduo: "um eu todo retorcido". O eu lírico na poesia de Drummond é complicado, torturado, estilhaçado. Vale ressaltar que o próprio autor já se definia no primeiro poema de seu primeiro livro (Alguma Poesia) como um gauche, ou seja, alguém desajeitado, deslocado, tímido, posição que marca presença em toda sua obra. 
• A Terra Natal: a relação com o lugar de origem, que o indivíduo deixa para se formar. 
• A Família: O indivíduo interroga, sem alegria e sem sentimentalismo, a estranha realidade familiar, a família que existe nele próprio.
• Os Amigos: "cantar de amigos" (título que parafraseia com as Cantigas de Amigo). Homenagens a figuras que o poeta admira, próximas ou distantes, de Mário de Andrade a Manuel Bandeira, de Machado de Assis a Charles Chaplin.
• O Choque Social. O espaço social onde se expressa o indivíduo e as suas limitações face aos outros. 
• O Amor: Nada romântico ou sentimental, o amor em Drummond é uma amarga forma de conhecimento dos outros e de si próprio.
• A Poesia. O fazer poético aparece como reflexão ao longo da sua poesia.
• Exercícios lúdicos, ou poemas-piada. Jogos com palavras, por vezes de aparente inocência naïf. 
• A Existência: a questão de estar-no-mundo. 

Obra literária de Drummond
• Alguma Poesia (1930) • Brejo das Almas (1934) • Sentimento do Mundo (1940) • José (1942) • A Rosa do Povo (1945) • Claro Enigma (1951) • Fazendeiro do ar (1954) • Quadrilha (1954) • Viola de Bolso (1955) • Lição de Coisas (1964) • Boitempo (1968) • A falta que ama (1968) • Nudez (1968) • As Impurezas do Branco (1973) • Menino Antigo (Boitempo II) (1973) • A Visita (1977) • Discurso de Primavera (1977) • Algumas Sombras (1977) • O marginal clorindo gato (1978) • Esquecer para Lembrar (Boitempo III) (1979) • A Paixão Medida (1980) • Caso do Vestido (1983) • Corpo (1984) • Amar se aprende amando (1985) • Poesia Errante (1988) • O Amor Natural (1992) • Farewell (1996) • Os ombros suportam o mundo(1935) • Futebol a arte (1970) Antologia poética • A última pedra no meu caminho (1950) • 50 poemas escolhidos pelo autor (1956) • Antologia Poética (1962) • Antologia Poética (1965) • Seleta em Prosa e Verso (1971) • Amor, Amores (1975) • Carmina drummondiana (1982) • Boitempo I e Boitempo II (1987) • Minha morte (1987) Infantis • O Elefante (1983) • História de dois amores (1985) • O pintinho (1988) Prosa • Confissões de Minas (1944) • Contos de Aprendiz (1951) • Passeios na Ilha (1952) • Fala, amendoeira (1957) • A bolsa & a vida (1962) • Cadeira de balanço (1966) • Caminhos de João Brandão (1970) • O poder ultrajovem e mais 79 textos em prosa e verso (1972) • De notícias & não-notícias faz-se a crônica (1974) • Os dias lindos (1977) • 70 historinhas (1978) • Contos plausíveis (1981) • Boca de luar (1984) • O observador no escritório (1985) • Tempo vida poesia (1986) • Moça deitada na grama (1987) • O avesso das coisas (1988) • Auto-retrato e outras crônicas (1989) • As histórias das muralhas (1989) Representações na cultura Drummond já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Carlos Gregório e Pedro Lito no filme Poeta de Sete Faces (2002) e Ivan Fernandes na minissérie JK (2006). Também teve sua efígie impressa nas notas de NCz$ 50,00 (cinquenta cruzados novos) em circulação no Brasil entre 1988 e 1990. 
Atualmente, também, a representações em Esculturas do Escritor, como é o caso das estátuas 'Dois poetas', na cidade de Porto Alegre, e também 'O Pensador, na praia de Copacabana no Rio de Janeiro, além de um memorial em sua homenagem da cidade de Itabira. 

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernismo_no_Brasil



Texto: Poema de Sete Faces (Carlos Drummond de Andrade)

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

A respeito do texto:
1 – Que relação se pode estabelecer entre o título do poema e o número de estrofes?
2 – Que elemento comum identifica o poeta e o anjo?
3 – Há uma aparente desconexão entre as várias estrofes, como se o poeta registrasse flashes da realidade. Identifique cada uma das estrofes, a partir da idéia básica de cada uma delas, que assinalam a seguir:
a) flash do adulto sério, reservado:
b) nascimento do poeta:
c) percepção de um mundo inquieto, que poderia ser mais belo:
d) desajustamento entre a realidade interior e a exterior, aliado à percepção da sexualidade:
4 – Na 2ª estrofe, que fato impede a tranqüilidade e a beleza do dia?
5 – Em “Vai, Carlos! ser gauche na vida”, o tipo gauche, segundo a observação de Affonso Romano de Sant’Anna, tem aí aquelas características de “persona” (de onde, personagem), “ou seja funciona como uma máscara, um disfarce através do qual ressoa a voz do poeta”. Em que verso, a idéia de “disfarce” também aparece?
6 – Em que verso o poeta utiliza uma passagem bíblica?
7 – Em que estrofe o poeta descobre-se impotente diante do mundo? Transcreva o verso que evidencia essa sensação.
8 – Alguns psicanalistas assinalam que a ironia é antes uma defesa de quem se sente acuado ou impotente diante da realidade. Em que estrofe o poeta utiliza-se da ironia e do humor como forma de suprir sua impotência.
9 – Ao sentir-se ‘flagrado’ em sua intimidade e seu momento de emoção, com que elementos o poeta procura justificar seu momento de extravasamento emotivo?
10 – Numa outra fase de sua trajetória poética, Drummond escreveu: “Não, meu coração não é maior que o mundo / É muito menor / Nele não cabem nem as minhas dores”. Que versos do poema revelam-nos um sentimento contrário a esse?

Texto: Adeus a Sete Quedas  

Sete quedas por nós passaram,
e não soubemos, ah, não soubemos amá-las,
e todas sete foram mortas,
e todas sete somem no ar,
sete fantasmas, sete crimes
Sete quedas por mim passaram,
e todas sete se esvaíram.
Cessa o estrondo das cachoeiras, e com ele
a memória dos índios, pulverizada,
já não desperta o mínimo arrepio.
Aos mortos espanhóis, aos mortos bandeirantes,
aos apagados fogos
de Ciudad Real de Guaira vão juntar-se
os sete fantasmas das águas assassinadas
por mão do homem, dono do planeta.

Aqui outrora retumbaram vozes
da natureza imaginosa, fértil
em teatrais encenações de sonhos
aos homens ofertadas sem contrato.
Uma beleza em si,
fantástico desenho
corporizado em cachões e bulcões de aéreo contorno
mostrava-se, despia-se, doava-se
em livre coito à humana vista extasiada.
Toda a arquitetura, toda a engenharia
de remotos egípcios e assírios
em vão ousaria criar tal monumento.

E desfaz- se
por ingrata intervenção de tecnocratas.
Aqui sete visões, sete esculturas
de líquido perfil
dissolvem-se entre cálculos computadorizados
de um país que vai deixando de ser humano
para tornar-se empresa gélida, mais nada.

Faz-se do movimento uma represa,
da agitação faz-se um silêncio
empresarial, de hidrelétrico projeto.
Vamos oferecer todo o conforto
que luz e força tarifadas geram
à custa de outro bem que não tem preço
nem resgate, empobrecendo a vida
na feroz ilusão de enriquece-la.
Sete boiadas de água, sete touros brancos,
de bilhões de touros brancos integrados,
afundam-se em lagoa, e no vazio
que forma alguma ocupará, que resta
senão da natureza a dor sem gesto,
a calada censura
e a maldição que o tempo irá trazendo?

Vinde povos estranhos, vinde irmãos
brasileiros de todos os semblantes,
vinde ver e guardar
não mais a obra de arte natural
hoje cartão-postal a cores, melancólico,
mas seu espectro ainda rorejante
de irisadas pérolas de espuma e raiva,
passando, circunvoando,
entre pontes pênseis destruídas
e o inútil pranto das coisas,
sem acordar nenhum remorso,
nenhuma culpa ardente e confessada.
(“Assumimos a responsabilidade!
Estamos construindo o Brasil grande!”)

E patati patati patatá...
Sete quedas por nós passaram,
e não soubemos, ah, não soubemos amá-las,
e todas sete foram mortas,
e todas sete somem no ar,
sete fantasmas, sete crimes
dos vivos golpeando a vida
que nunca mais renascerá.
A respeito do texto:
1) A palavra fantasmas (verso 5) significa:
a) Assombração.                                                
b) Imagem da culpa                      
c) Seres medonhos                                      
d) Que não existem

2)  A repetição do conectivo "e" tem efeito de marcar:
a) que existe uma seqüência cronológica dos fatos                       
b) um exagero do conectivo
c) que existe uma descontinuidade de fatos                                    
d) que existe uma coordenação entre as três orações

3)- A afirmação: "Sete Quedas por nós passaram / E não soubemos amá-las.", Faz-nos entender que:
a) só agora nos damos conta do valor daquilo que perdemos 
b) enquanto era possível, não passávamos por Sete Quedas
c) Sete Quedas pertence agora ao passado
d) Todos, antigamente, podiam apreciar o espetáculo; agora não

4) Na passagem: "E todas sete foram mortas, / E todas sete somem no ar." O uso de todas sete se justifica:
a) como referência ao número de quedas que existiram no rio Paraná
b) para representar todo conjunto das quedas que desaparece
c) para destacar o valor individual de cada uma das quedas
d) para confirmar que a perda foi parcial.

5)  A palavra Sete Quedas (verso 1) está escrita em letra maiúscula por se tratar de:
a) Um início de poema.                                                                            
b) Um substantivo simples
c) Um nome próprio composto                                                          
d) Um erro de revisão



Olimpíada dos Jogos Eletrônicos

Alunos do CIEP BRIZOLÃO 113 - Waldick Pereira estão entre os 7 primeiros colocados na Olimpíada dos Jogos Eletrônicos - OJE.
Dois grupos de alunos do 113 (Guild Masters e The Troop) continuam na disputa no OJE.
Veja a Classificação:
Vamos lá, pessoal. Continuem na competição!

28 de setembro de 2010

Curso Intel - Fundamentos Básicos

Vem aí! Curso Intel - Fundamentos Básicos
Começam no dia 04 de outubro as aulas do Curso Intel Educar - Fundamentos Básicos.
Por oito semanas, os educadores do CIEP 113 participarão do curso cujo objetivo é a formação de professores das escolas públicas brasileiras no uso da tecnologia, na organização e no desenvolvimento de projetos intercurriculares, através de conceitos e metodologias inovadoras de ensino e aprendizagem.
Professores matriculados, fiquem atentos!

Curso Fundamentos Básicos

Público Alvo: Professores com pouco ou nenhum conhecimento de tecnologia.
Carga Horária: 24 ou 32h presenciais (dependendo da turma) e aproximadamente 10h de atividades de casa.
Módulos de Estudo:
  • Módulo 1: Desenvolvendo Habilidades do Século XXI
  • Módulo 2: Aprendendo os Fundamentos Básicos sobre Computadores e Internet
  • Módulo 3: Desenvolvendo Pensamento Crítico e Colaboração
  • Módulo 4: Descobrindo o Processador de Texto
  • Módulo 5: Utilizando o Processador de Texto
  • Módulo 6: Descobrindo a Multimídia
  • Módulo 7: Utilizando Aplicativos Multimídia
  • Módulo 8: Descobrindo as Planilhas
  • Módulo 9: Utilizando Planilhas
  • Módulo 10: Desenvolvendo Abordagens do Século XXI
  • Módulo 11: Planejando e Executando Seu Plano de Ação
  • Módulo 12: Revisando e Compartilhando Seu Plano de Ação

SEMANA PEDAGÓGICA DA COORDENADORIA METROPOLITANA I

28/09 a 01/10/2010: VIII Worshop de Educação e III Semana Pedagógica - Tema: Desafios do século XXI - Tecnologias da Educação


Professores do CIEP 113 participam como oficineiros na Semana Pedagógica que acontece no período de 28 de setembro a 01 de outubro de 2010.
As professoras Luciana Honorato e Rosalva Araujo e o professor Diego Gomes apresentaram a oficina  A Arte Ndebele de Esther Mahlangu, importante artista plástica da África do Sul.

A apresentação das etapas da Oficina estão disponíveis em documento PDF, no link acima.
Veja algumas cenas da oficina realizada na Semana Pedagógica (28/09/10):


Segunda Geração Modernista

Estendendo-se de 1930 a 1945, a segunda fase foi rica na produção poéticga e, também, na prosa. O universo temático amplia-se com a preocupação dos artistas com o destino do Homem e no estar-no-mundo. Ao contrário da sua antecessora, foi construtiva. Não sendo uma sucessão brusca, a poesia da geração de 22 e 30 foram contemporâneas. 
A maioria dos poetas de 30 absorveram experiências de 22, como a liberdade temática, o gosto da expressão atualizada ou inventiva, o verso livre e o antiacademicismo. Portanto, ela não precisou ser tão combativa quanto a de 22, devido ao encontro de uma linguagem poética modernista já estruturada. Passara, então, a aprimorá-la, prosseguindo a tarefa de purificação de meios e formas direcionando e ampliando a temática da inquietação filosófica e religiosa, com Vinícius de Moraes, Jorge de Lima, Augusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade. 
A prosa, por sua vez, alargava a sua área de interesse ao incluir preocupações novas de ordem política, social, econômica, humana e espiritual. A piada foi sucedida pela gravidade de espírito, a seriedade da alma, propósitos e meios. Essa geração foi grave, assumindo uma postura séria em relação ao mundo, por cujas dores, considerava-se responsável. Também caracterizou o romance dessa época, o encontro do autor com seu povo, havendo uma busca do homem brasileiro em diversas regiões, tornando o regionalismo importante. A Bagaceira, de José Américo de Almeida, foi o primeiro romance nordestino. Rachel de Queiroz, Jorge Amado, José Lins do Rego, Érico Verissimo, Graciliano Ramos e outros escritores criaram um estilo novo, completamente moderno, totalmente liberto da linguagem tradicional, nos quais puderam incorporar a real linguagem regional, as gírias locais. 
O humor quase piadístico de Drummond receberia influências de Mário e Oswald de Andrade. Vinícius, Cecília, Jorge de Lima e Murilo Mendes apresentaram certo espiritualismo que vinha do livro de Mário Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917). 
A consciência crítica estava presente, e mais do que tudo, os escritores da segunda geração consolidaram em suas obras questões sociais bastante graves: a desigualdade social, a vida cruel dos retirantes, os resquícios de escravidão, o coronelismo, apoiado na posse das terras - todos problemas sociopolíticos que se sobreporiam ao lado pitoresco das várias regiões retratadas. 

Autores na poesia 
• Augusto Frederico Schmidt (1906-1965) 
• Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) 
• Cecília Meireles (1901-1964)
• Jorge de Lima (1895-1953) 
• Mário Quintana (1906-1994) 
• Murilo Mendes (1901-1975) 
• Vinícius de Moraes (1913-1982)

26 de setembro de 2010

SEMANA PEDAGÓGICA DA COORDENADORIA METROPOLITANA I

A Coordenadoria Regional 19 - Metropolitana I e Coordenação dos Pólos da Casa do Educador SEEDUC/RJ convida para a IX Worshop de Educação e IV Semana Pedagógica que acontecerá no período entre 28 de setembro a 01 de outubro de 2010.
Durante o evento, serão oferecidas palestras e oficinas pedagógicas para os professores.
Veja a programação:




Pesquisar este blog

Seguidores